A preocupação com a identificação dos estilos de aprendizagem dos alunos por si só demonstra uma orientação pedagógica centrada no aluno, e não no professor, o que nos parece uma abordagem que favorece o sucesso da aprendizagem.
Sim, precisamos saber que existem estilos de aprendizagem diferentes e quais são eles, para podermos tanto respeitar os estilos dos alunos, e não impor-lhes estilos segundo os quais eles teriam mais dificuldade para aprender, como para termos consciência de oferecer nos cursos atividades que contemplem todos os estilos, para que todos os alunos se sintam atendidos.
No entanto, me questiono sobre a utilidade dos questionários de identificação dos estilos. A recomendação seria que sempre se apliquem esses questionários aos alunos no início do curso e que os cursos sejam planejados de acordo com seus resultados? Como isso se daria na prática em uma sala de aula, virtual ou presencial, de 30 alunos ou mais? O professor deve, por exemplo, dividir a classe em grupos segundo os estilos e oferecer atividades diferentes para cada grupo? Ou o professor oferece diversificadas atividades e os alunos escolhem as que elhor se adequam ao seu estilo?
Acredito que apenas conhecer os estilos e oferecer possibilidades variadas aos alunos já seria uma atitude suficiente para atender a todos os estilos. A aplicação dos questionários gera um trabalho que pode não ser tão proveitoso, mesmo porque não podemos garantir que o questionário vá refletir de fato os estilos dos alunos. Além disso, rotular o aluno como tendo um ou outro estilo pode ser muito limitador, pois o aluno pode alterar seu estilo em alguns momentos da vida.
Acho que mais importante do que aplicar o questionário é conhecer os estilos e examinar os estudantes na prática.
Este blog terá como finalidade registrar meus apontamentos sobre os temas tratados no curso master en Gestíon y Producción en e-learning 2008-09, da Universidad Carlos III de Madrid. O objetivo é sistematizar minha aprendizagem e colaborar com o trabalho de e-learning, trazendo reflexões e informações de interesse para a área.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
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Cara Denise,
ResponderExcluirCom respeito à sua postagem, cabem algumas observações.
---> "A recomendação seria que sempre se apliquem esses questionários aos alunos no início do curso e que os cursos sejam planejados de acordo com seus resultados?"
Que tal a constatação dos Estilos de Aprendizagem servir, também, para o próprio estudante otimizar sua maneira de estudo. Além disso, pode servir ao Educador para planejar suas aulas levando em conta tal diversidad, mas auxiliar seus educandos a aprimorarem aqueles Estilos de menor evidência.
---> "Como isso se daria na prática em uma sala de aula, virtual ou presencial, de 30 alunos ou mais? O professor deve, por exemplo, dividir a classe em grupos segundo os estilos e oferecer atividades diferentes para cada grupo?
Ou o professor oferece diversificadas atividades e os alunos escolhem as que melhor se adequam ao seu estilo?"
Há várias formas de se trabalhar, nesse caso. Pode-se em algumas atividades uma divisão mais homogênea, com componetes com o mesmo estilo de aprendizagem, solicitando um retorno dentro de sua linguagem. Alguns, provavelmente apresentarão textos, outros irão preferir cartazes, outros, ainda, apresentações orais, encenações de esquetes... O importante é aferir nessas expressões o conhecimento que foi construído pelo grupo. Outras atividades podem ser criadas para grupos heterogêneos, onde será desenvolvida pelo grupo com a possibilidade de cada componente realizar uma parte ligada à suas características pessoais.
Espero ter colaborado com seus questionamentos.
Grande abraço,
Milton JB Sobreiro
miltonsobreiro@yahoo.com.br